sábado, 19 de dezembro de 2009
CIRCULAÇÃO
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Chegamos ao ponto crucial de toda criação cênica: a hora das escolhas. De escolher o que realmente cabe no espetáculo, o que compõe com a linguagem.
É nesse momento que devemos praticar o desapego, e é tão difícil. Tanta coisa boa produzida, tanta coisa experimentada, tanta coisa que gostamos, que até acreditamos, e tudo e tal.
Mas nos surgem as dúvidas.
Sem elas os espetáculos durariam dias, teria de tudo, contariam todas as histórias de cada personagem, teriam todas as músicas, todas as cenas, todas as coreografias, todos os texto escritos e improvisados. Ainda bem que surgem as dúvidas. Ainda bem que elas surgem a tempo de se encontrar respostas.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
A origem da chuva
O ano era 2006, a pesquisa de linguagem era para o espetáculo Vozes de Ngoma (ngoma = tambor em Banto). Estávamos no interior de Minas Gerais, em Mariana, no ateliê, estúdio, oficina do percursionista Magrão. E no meio de tantas invenções sonoras, tambores de todas as formas, rocas girando ondas do mar, encontramos conchas que tocadas caiam chuva.
O som era lindo e ficou guardado em um lugar qualquer da memória.
“Preciso resolver o problema da chuva da primeira cena”. Dizia Edivan Freitas em todas as nossas conversas sobre o espetáculo.
(O diálogo que segue é baseado em fatos reais)
Edivan - Bater os dedos na palma das mãos!
Nieve - Um clichê.
Edivan - Os atores podem amassar papel celofane!
Nieve - Não vai funcionar na rua.
Edivan - Pau-de-chuva você não quer?
Nieve - Corro de tambor e pau-de-chuva em teatro NA rua.
Edivan - Podemos encher umas latinhas com areia para os atores manipularem.
Nieve - Eles estarão com os objetos de cena, seria impossível fazer tudo ao mesmo tempo.
Edivan - Cloc, cloc. Podem fazer o som com a boca.
Nieve - Vamos tentar!
...
Nieve - Ficou lindo! Mas ainda é pouco, não funciona.
Edivan - E se pendurássemos alguma coisa no guarda-chuva? Eles poderiam fazer o som enquanto seguram os objetos.
Nieve - Conchas! Uma vez eu vi um instrumento de conchas...
...
“Todas as águas vão dar no mar.”
Nossas águas vieram do mar, do mar da minha memória inundada pelas Minas Gerias.
Nieve Matos
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
RELATO DO PROCESSO - VANESSA BIFFON E CLEVERSON GUERRERA
Pessoas tão distintas, artistas mais do que engajados dão o sabor à saga da ilha. Das improvisações mais entusiasmadas - energia pulsante de cada integrante ("vucu vucu") até as escolhas mais serenas.
As descobertas sonoras com a direção de Edivan Freitas também têm sido muito valiosas: a chuva que sai da boca e continua nas conchas, o cortejo brincante de sons, as latinhas e seus timbres... Experimentos! Isso sem falar nas composições inéditas para o espetáculo! A gente, canta, dança e representa! (risos)
Com os tecidos coloridos de apoio surgem as personas e também gestos, figurinos, movimentos, ações do mar...
E não podemos de deixar de lembrar da confecção dos terços, objetos sonoros e religiosos, misteriosos, que no espetáculo ganham várias conotações, da sedução, da riqueza, da fé, do exagero, do peso, do sacrifício, e quais outros mais os olhares puderem dar.
A preparação corporal, por Cleverson Guerrera, sempre cheia de alegria, ludicidade, auxilia os atores a desenharem os movimentos em cena, nas coreografias... Estas dão um tom especial ao teatro de rua, plástico, amplificam a entonação da representação!
Alguns ensaios na rua e ele de novo se mostra: o desafio da troca. Todos têm o que trocar! O que quero dar? Estou disposto a receber?
A saga continua...
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
descobrindo a roda
Às vezes é preciso desconstruir para construir. É claro que essa frase não é minha, mas é o que eu sinto agora em relação ao processo de montagem.
Desconstruir o texto em primeiro lugar. E este só pode ser reconstruído com a colaboração dos atores. Não acredito em uma dramaturgia imóvel, de gabinete. A dramaturgia tem que estar viva, servir ao espetáculo, ao contrário do que faz costumeiramente por essas bandas, o espetáculo servir a dramaturgia.
O corpo do ator deve estar disponível pra isso e os olhos e ouvidos do encenador também.
É como fazer uma rua de paralelepípedo: primeiro temos quebrar a imensa pedra, moldar os retângulos e depois vem a parte mais difícil, encaixar os blocos irregulares lado à lado, construindo o caminho até onde você quer chegar.
Saulo Ribeiro não reconhecerá mais nossa dramaturgia. Graças a Deus!!
Nieve Matos
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
sábado, 11 de julho de 2009
Integrantes de Peroás e Caramurus ganham prêmios
O Agrupamento de Artistas, junção de pessoas do projeto Peroás e Caramurus – Uma saga da Ilha, recebeu cinco prêmios em sua participação no 6° Festival de Esquetes do Espírito Santo que movimentou o teatro de Vila Velha no final de junho (2009).
O esquete No início, agora e sempre, com texto e direção de Nieve Matos, recebeu os prêmios de:
Melhor Esquete
Melhor Figurino
Melhor Direção – Nieve Matos
Melhor Ator – Waitair Souza Júnior
Melhor Cenário
Confira tudo em:
Em Movimento
Blog Teatro Capixaba
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Peroás e Caramurus na mídia
Teatro de rua de Vitória terá apoio da Lei Rubem Braga
"A Secretaria Municipal de Cultura de Vitória (Semc), por meio da Lei Rubem Braga, patrocina o projeto "Peroás e Caramurus: uma saga da Ilha", espetáculo teatral de rua. A peça, escrita pelo historiador e dramaturgo Saulo Ribeiro, tem direção de Nieve Mattos. A estreia deve acontecer em outubro."
Para ler matéria integral clique nos links abaixo:
Diário de Vitória
Jornal EShoje
Agência Brasileira de Notícias
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quarta-feira, 24 de junho de 2009
A peça
O projeto Peroás e Caramurus - Uma saga da Ilha, foi contemplado com recursos da Lei Rubem Braga/2008, para execução em 2009 e 2010.
Nosso objetivo é contar, em forma de teatro de rua, a história das irmandades dos Peroás e Caramurus, rivais na devoção a São Benedito na Vitória do século XIX.
A troca de bônus será efetivada ainda este mês, com o apoio do Banco do Estado do Espírito Santo - BANESTES e da concessionária de veículos Novavitória. Iniciaremos o trabalho de montagem em Julho, com previsão de estréia para Outubro de 2009.
Visando garantir a transparência no uso dos recursos financeiros para sua consolidação, oriundos da Prefeitura Municipal de Vitória, através da Lei Rubem Braga, registraremos o processo de montagem passo-a-passo por Internet nesta pagina virtual. O processo de construção do espetáculo e execução financeira poderá ser acompanhado por aqui.
O texto:
Um fato real acorrido no Centro de Vitória. Um grupo de teatrólogos. E o desejo de difundir a cultura “fofocando” história pelas ruas de Vitória. Assim nasce este projeto de montagem e apresentações.
De autoria dos dramaturgos capixabas Saulo Ribeiro e Nieve Matos, o texto “Peroás e Caramurus – Uma saga da Ilha” conta sobre como surgiram as irmandades de “São Benedito do Rosário”, vulgo Peroás; e “São Benedito do Convento de São Francisco”, os Caramurus.
Através do teatro de rua, pretendemos apresentar nosso espetáculo por todos os cantos de Vitória, do centro às periferias. Trabalhando diversas vertentes das linguagens teatrais. Aproximando arte e história ao público, sem abandonar o bom entretenimento e a diversão.
A história:
No século XIX, existia no centro de Vitória a “Irmandade Religiosa de São Benedito”, sediada no Convento de São Francisco. Nos festejos de fim de ano sempre saía pelas ruas da cidade a procissão de São Benedito, contando com numeroso público. Um dia por causa de uma forte chuva a procissão não saiu. Os irmãos ficaram revoltados e discutiram com o Frei, que por sua vez, os expulsou do Convento.
Indignados, os irmãos foram pedir abrigo na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, e depois decidiram furtar a imagem de São Benedito.
Com o roubo da imagem surgiu a “Irmandade de São Benedito do Rosário”, nascendo também uma curiosa rixa com a irmandade que permaneceu no Convento, briga que perdurou até o início do século XX.
A irmandade do Convento de São Francisco adotou a cor verde e foi apelidada por sua adversária de Caramuru, um peixe parecido com cobra e muito agressivo. Os fieis do Convento, agora Caramurus, também deram um apelido para os da igreja do Rosário: Peroás. O motivo de tal apelido é que este era um peixe comum na época e de pouco valor comercial, tanto que era devolvido ao mar pelos pescadores.
A rivalidade era tão intensa que eles chegavam a usar a cor da irmandade rival nos seus calçados, simbolizando o gesto de pisar no oponente.
Os Objetivos gerais:
1- Proporcionar a acessibilidade ao teatro, levando o espetáculo até o público.
2- Promover a formação de publico teatral.
3- Promover o resgate da história local.
4- Incentivar o turismo histórico.
5- Auxiliar a criação de referencias histórico-sociais para as novas gerações.
As pessoas:
Saulo Ribeiro é escritor e dramaturgo, com formação em História pela Ufes. Escreveu a peça Cárcere, com direção e atuação de Vinícius Piedade, que estreou em São Paulo e cumpre tourné nacional. Teve, em 2003, um conto seu adaptado para o teatro pelo grupo Vira-Lata, Crônica da Razão Cômica, em cartaz desde então, percorrendo vários municípios capixabas. Escreveu também, em parceria com Alexandre Serafini, o roteiro do curta-metragem Via, em fase de produção.
As peças Crônica da Razão Cômica e Cárcere poderão ser vistas no Theatro Carlos Gomes em julho. Dias 18 e 19, às 20h, será a vez de Cárcere. Dias 25 e 26, Crônica da Razão Cômica, em horário a ser definido.
Mais informações no blog do autor: http://classificadosdailha.blogspot.com/
Nieve Matos é dramaturga e diretora, com formação em Direção Teatral pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Capixaba, começou no teatro amador em Vitória, mas foi buscar formação profissional em Minas Gerais. Escreveu as peças Vozes de Ngoma e Ponto Final., sendo que esta última, sob sua direção, recebeu execelentes críticas e prêmios em festivais.
Trabalha como professora de teatro no Projeto Semearte, da Prefeitura Municipal de Cariacica, desde 2007. Onde dirige o musical O Vale Encantado, que se apresenta hoje (23/06) às 15:00, em Cariacica. Também escreveu e dirige o musical A lenda do Pássaro de Fogo, com estréia prevista para outubro deste ano.
O Elenco
O elenco de Peroas e Caramurus - Uma saga da Ilha, é constituído por alguns atores e técnicos em dois excelentes grupos de teatro. O Grupo Vira-Lata e o Grupo Virundangas.
O Grupo Vira-Lata é um dos melhores elencos em atvidade no Espírito Santo. Aguerridos e criativos, não medem esforços para levar o teatro a qualquer lugar onde o público esteja.
O Grupo Virundangas nasceu em Minas Gerais, no curso de Artes Cênicas da Ufop. Em 2007 o grupo mudou-se para Vitória, estreando o espetáculo No tom da Mangueira, sob direção de Dori Santana.
São todos eles:
Cleverson Guerrera
Fabrícia Dias
Luíza Vitório
Nícolas Corres Lopes
Vanessa Biffon
Roberta Portela
Música de Edivan Freitas.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
A origem do som
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Trabalho anterior da diretora
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Patrocinadores e apoiadores
Lei Rubem Braga - Prefeitura de Vitória (patrocínio)
Banestes - Banco do Estado do Espírito Santo (apoio)
Novavitória - concessionária de veículos Chevrolet (apoio).
Para vistitá-las online é só clicar no link Paralelos da barra lateral.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Partida...
A saga de um agrupamento de dramaturgos, atores, músicos e figurinistas na criação de um espetáculo teatral de rua.
Imagens dos ensaios, relatos do processo de criação, páginas do caderno de direção, angustias e desabafos serão descritos neste DIÁRIO DE BORDO virtual.
A peça conta uma parte da história das irmandades religiosas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e do Convento de São Francisco os “Peróas” e “Caramurus”. De como surgiram as irmandades depois do roubo da imagem de São Benedito.
A proposta da direção é levar o espetáculo para as ruas dando acesso ao teatro e a história de nossa Ilha a todos. E o nosso primeiro passo é este blog, aberto a quem quiser acessar, comentar e trocar informações com os criadores.
Sejam todos bem vindos!